O que é o Ano Santo?
O Ano Santo é um tempo de graça extraordinária em que os fiéis são convidados a viver intensamente a misericórdia de Deus.
O que é o Jubileu?
A palavra “Jubileu” vem do hebraico yobel, que designa a trombeta, cujo toque marcava o início do ano jubilar judaico (Lv 25). Do latim, onde encontramos o substantivo jubilum e o verbo jubilare, temos a conotação de júbilo, alegria, exultação, que devem marcar esse ano. O ano jubilar judaico, de cinquenta em cinquenta anos, era caracterizado pelo repouso da terra que devia permanecer sem ser cultivada, pela restituição das propriedades às pessoas que as haviam perdido, pelo perdão das dívidas, e pela libertação dos escravos. Era um ano de reconciliação geral. Jesus anunciou o Jubileu ao proclamar: “Hoje se cumpriu esta passagem da Escritura que acabastes de ouvir” (Lc 4,21), revelando que, com Sua vinda, começava um tempo de salvação, perdão e vida nova para todos que O acolhessem.

Jubileu na Igreja Católica
Na Igreja Católica, o Jubileu é um tempo especial de graça, marcado pela indulgência, proclamado pelo Papa. O Ano do Jubileu é sempre um momento de encontro vivo e pessoal com o Senhor Jesus, ‘porta’ de salvação; com Ele, que a Igreja tem por missão anunciar sempre, em toda a parte e a todos, como sendo a “nossa esperança” (1Tm 1,1). O primeiro Jubileu foi instituído pelo Papa Bonifácio VIII em 1200. Ele pode ser:
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Jubileu Ordinário: Celebrado geralmente a cada 25 anos
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Jubileu Extraordinário: Proclamado em ocasiões especiais, como o Jubileu da Misericórdia em 2015, convocado pelo Papa Francisco.
Jubileu 2025
O Papa Francisco anunciou o Jubileu 2025 - “Peregrinos de Esperança” - por meio da Bula de Proclamação “Spes nos Confundit” (“A esperança não decepciona”). O Jubileu inicia com a abertura em Roma, no dia 24 de dezembro de 2024, e abertura nas Dioceses no dia 29 de dezembro de 2024. O Jubileu se concluirá no dia 28 de dezembro de 2025 nas Dioceses e no dia 06 de janeiro de 2026 em Roma.
Objetivo do Jubileu 2025
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Favorecer um clima de esperança e confiança;
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Recuperar o sentido de fraternidade universal, não fecharmos os olhos diante do drama da pobreza generalizada que impede milhões de homens, mulheres, jovens e crianças, de viver de maneira digna como seres humanos.

Sinais do Jubileu
Os sinais do Jubileu expressam as realidades pelas quais podemos vivenciar e celebrar o Ano Santo:
1. Peregrinação
O Jubileu nos pede para partirmos em uma jornada e superar certos limites. Quando nos movemos, na verdade, não só mudamos de lugar, mas nos transformamos. Para isso, é importante preparar, planejar a rota e conhecer o destino. Nesse sentido, a peregrinação que caracteriza este ano começa antes da própria viagem: seu ponto de partida é a decisão de fazê-lo. A peregrinação é uma experiência de conversão, de mudar a vida para direcioná-la para a santidade de Deus. A peregrinação representa um elemento fundamental de todo o ano jubilar. Pôr-se a caminho é típico de quem anda à procura do sentido da vida.
2. Porta Santa
Do ponto de vista simbólico, a Porta Santa assume um significado particular: é o sinal mais característico, porque o objetivo é ser capaz de atravessá-la. Sua abertura pelo Papa constitui o início oficial do Ano Santo. O gesto expressa a decisão de seguir e deixar-se encontrar e guiar por Jesus, que é o Bom Pastor.
3. Confissão
O Jubileu é um tempo de reconciliação, é o “tempo favorável” (2Cor 6,2) para a própria conversão. Coloca-se Deus no centro da existência, movendo-se em direção a Ele e reconhecendo sua primazia. Concretamente, é uma questão de viver o sacramento da reconciliação, de aproveitar esse tempo para redescobrir o valor da confissão e receber pessoalmente o perdão de Deus.
4. Oração
Há muitas maneiras e muitas razões para rezar; na base há sempre o desejo de se abrir à presença de Deus e à sua oferta de amor. A comunidade cristã se sente chamada e sabe que só pode recorrer ao Pai porque recebeu o Espírito do Filho. E é, de fato, Jesus que confiou aos seus discípulos a oração do Pai Nosso.
5. Liturgia
No centro está a Celebração Eucarística, onde o Corpo e o Sangue de Cristo são recebidos. Como peregrino, Ele mesmo caminha ao lado dos discípulos e lhes revela os segredos do Pai, para que possam dizer: “Fica conosco, pois é tarde, e a noite vem chegando” (Lc 24,29). A Celebração Eucarística e outras expressões litúrgicas que acompanham o Ano Santo enfatizam que a peregrinação do Jubileu não é um ato íntimo e individual, mas um sinal do caminho de todo o Povo de Deus em direção ao Reino.
6. Profissão de Fé
A profissão de fé, também chamada de “símbolo”, é um sinal de reconhecimento próprio do batizado; expressa o conteúdo central da fé e resume as principais verdades que um fiel aceita e testemunha no dia de seu batismo e compartilha com toda a comunidade cristã para o resto de sua vida (Rom 10,9-10). Neste ano, também estamos celebrando 1700 anos do primeiro grande Concílio Ecumênico, o de Niceia (325). O Concílio de Niceia teve a missão de preservar a unidade, então seriamente ameaçada pela negação da plena divindade de Jesus Cristo e da sua igualdade com o Pai.
7. Indulgência
Uma das grandes graças do Jubileu é a oportunidade de receber indulgências plenárias. “A indulgência é a remissão, diante de Deus, da pena temporal devida pelos pecados já perdoados quanto à culpa, (remissão) que o fiel bem-disposto obtém, em condições determinada, pela intervenção da Igreja que, como dispensadora da redenção, distribui e aplica por sua autoridade o tesouro das satisfações (isto é, dos méritos) de Cristo e dos santos” (Catecismo da Igreja Católica, 1471). A indulgência diz respeito unicamente à pena temporal que devemos a Deus pelos nossos pecados que já foram perdoados no Sacramento da Penitência. Só pode ganhar uma indulgência quem estiver em estado de graça santificante. Para adquirir a indulgência plenária é necessário realizar a obra indulgenciada (peregrinação a um dos Santuários ou Igrejas indicados na Arquidiocese, obra de misericórdia, e…), e cumprir três condições: confissão sacramental, comunhão eucarística e oração segundo as intenções do Sumo Pontífice.

Credo Niceno-constantinopolitano
Creio em um só Deus
Pai todo-poderoso,
criador do céu e da terra,
de todas as coisas visíveis e invisíveis.
Creio em um só Senhor, Jesus Cristo,
Filho Unigênito de Deus,
nascido do Pai antes de todos os séculos:
Deus de Deus, Luz da Luz,
Deus verdadeiro de Deus verdadeiro;
gerado, não criado, consubstancial ao Pai.
Por ele todas as coisas foram feitas.
E por nós, homens, e para nossa salvação,
desceu dos céus
e se encarnou pelo Espírito Santo,
no seio da Virgem Maria, e se fez homem.
Também por nós foi crucificado sob Pôncio Pilatos,
padeceu e foi sepultado.
Ressuscitou ao terceiro dia,
conforme as Escrituras, e subiu aos céus,
onde está sentado à direita do Pai.
E de novo há de vir, em sua glória,
para julgar os vivos e os mortos;
e o seu reino não terá fim.
Creio no Espírito Santo,
Senhor que dá a vida, e procede do Pai e do Filho;
e com o Pai e o Filho é adorado e glorificado;
Ele que falou pelos profetas.
Creio na Igreja,
una, santa, católica e apostólica.
Professo um só batismo para a remissão dos pecados.
E espero a ressurreição dos mortos
e a vida do mundo que há de vir.
Amém.
Oração do Jubileu
Pai que estás nos céus, a fé que nos deste no teu filho Jesus Cristo, nosso irmão, e a chama de caridade derramada nos nossos corações pelo Espírito Santo despertem em nós a bem-aventurada esperança para a vinda do teu Reino.
A tua graça nos transforme em cultivadores diligentes das sementes do Evangelho que fermentem a humanidade e o cosmos, na espera confiante dos novos céus e da nova terra,
quando, vencidas as potências do Mal, se manifestar para sempre a tua glória.
A graça do Jubileu reavive em nós, Peregrinos de Esperança, o desejo dos bens celestes e derrame sobre o mundo inteiro a alegria e a paz do nosso Redentor. A ti, Deus bendito na eternidade,
louvor e glória pelos séculos dos séculos.
Amém

Hino do Jubileu
Chama viva da minha esperança,
este canto suba para Ti!
Seio eterno de infinita vida,
no caminho eu confio em Ti!
Toda a língua, povo e nação
tua luz encontra na Palavra.
Os teus filhos, frágeis e dispersos
se reúnem no teu Filho amado.
Deus nos olha, terno e paciente:
nasce a aurora de um futuro novo.
Novos Céus, Terra feita nova:
passa os muros, ‘Spirito de vida.
Ergue os olhos, move-te com o vento,
não te atrases: chega Deus, no tempo.
Jesus Cristo por ti se fez Homem:
aos milhares seguem o Caminho.
Logotipo
Jubileu 2025
O logotipo do Jubileu 2025 representa a humanidade dos quatro cantos da Terra por meio de figuras estilizadas, simbolizando a solidariedade e fraternidade. Uma das figuras segura a cruz, que representa a fé e a esperança, essenciais em momentos difíceis. Ondas abaixo refletem as adversidades da vida, enquanto a cruz se estende formando uma âncora, metáfora de esperança e estabilidade em tempestades. O logotipo ressalta o caráter comunitário da peregrinação e o dinamismo da cruz, que se inclina em direção à humanidade, oferecendo presença e segurança. O lema “Peregrinos de Esperança”, em verde, reforça essa mensagem central.

